Descripción
O individualismo é um fenômeno complexo e ambíguo. Nele se concentram as bênçãos e as maldições da pós-modernidade. Por um lado, em sua origem, o individualismo carrega promessas que continuam configurando atualmente nossos desejos: liberdade, autonomia, independência, desenvolvimento do eu, felicidade do indivíduo... Por outro lado, o individualismo destrói o mundo comum dos vínculos sociais e não cumpre as promessas, deixando-nos num deserto de desenraizamento e solidão. Faz-se necessária, portanto, uma busca pessoal, uma experiência espiritual personalizada, não isolada, pois é em comunidade que compartilhamos um sentido para a vida e onde as experiências podem ser lidas, interpretadas, compreendidas, expressadas e celebradas. As duas realidades – pessoa e comunidade – não se opõem, mas se condicionam e se complementam. A personalidade inaciana tem que ser promovedora de “corpo” – que para S. Inácio é a experiência da comunidade. Uma pessoa inaciana não é uma “personalidade isolada” mas aberta à comunhão e partilha com outros. Uma comunidade inaciana não é um fim em si mesma. Ela deve ser comunidade aberta, apostólica, reunir para o serviço todos os que, nas pegadas de Inácio, querem unir-se para trabalhar com Jesus.