Por Marcio Fernandes, Claudio Fontana y Ernesto Lazaro Sienna. É sobre um tríplice marco referencial – da Doutrina Social da Igreja, da ideia de aliança educativa do Papa Francisco e da reflexão antropológica de Edgar Morin sobre a via para o futuro da humanidade – que apresentamos uma reflexão para poder pensar a contribuição específica das instituições educativas no contexto da América Latina ao estilo profético e carismático. Em cada um destes marcos encontram-se princípios orientadores que podem iluminar e ampliar as práticas inclusivas presentes nas instituições educativas católicas e ajudar a fomentar o protagonismo dos atores sociais e educacionais. Em primeiro lugar, explicitaremos os princípios permanentes da doutrina social da Igreja na sua relação com os projetos educativos a saber, o princípio da dignidade da pessoa humana, do bem comum, da subsidiariedade e da solidariedade. Em segundo lugar, buscaremos destacar a proposta lançada pelo Papa Francisco para reconstruir o pacto educativo global, cuja finalidade é reavivar o compromisso por uma educação mais aberta e inclusiva. Ora, o que Francisco propõe está fundamentado metodologicamente na Evangelii Gaudium na série de princípios para construir um caminho para um mundo de paz, justiça e fraternidade. No fundo, tais princípios reforçam a ideia de uma aliança educativa capaz de superar as fragmentações e reconstruir o tecido das relações humanas mais fraternas. Por fim, a apresentação conclui-se com as provocações de Edgar Morin sobre a necessidade de uma concepção complexificada sobre o sistema educacional. Neste sentido, ele propõe uma reflexão antropológica na qual diversas vias reformadoras do pensamento e da ação devem permanecer inseparáveis e indissociáveis. No entanto, o êxito de um caminho inclusivo dependerá também de princípios a serem adotados comunitária e institucionalmente, a saber: os princípios da solidariedade e de responsabilidade, de pluralidade e de participação.